“Por que será que ele reagiu assim!? Eu não fui ríspido, não o desrespeitei e nem levantei a voz. Puxa! Esse pessoal anda muito estressadinho! Não se pode mais chamar atenção de ninguém nesta empresa!?”
Quem nunca ouviu algo parecido?
Frequentemente, quando tentamos corrigir alguma coisa ou abordar uma questão mais delicada, recebemos um olhar enviesado e a situação conflituosa se estabelece. Não raras vezes presenciamos conversas carregadas com críticas e comentários inflamáveis, cujo teor ultrapassa certos limites do tolerável. O mundo corporativo anda agitado. Parece que todos estão “pisando em ovos”. Basta uma conversa mais acalorada e pronto! Já começam as acusações, as críticas injustas, os julgamentos e as condenações:
“Nossa! Fulano não serve mesmo para a área de Marketing! É muito quadrado!”
“Pois é! Culpa do RH que não soube contratar!”.
Os fatos sugerem que os conflitos fazem parte do nosso trabalho em uma escala bastante intensa. Mas seria possível termos um ambiente mais equilibrado? Por que existem pessoas que parecem lidar melhor com os conflitos? O que estas pessoas fazem de diferente?
Por definição, o mundo corporativo é competitivo. A competição se dá na condução dos negócios e das carreiras. A maioria das culturas organizacionais parece estar impregnada de uma linguagem violenta, muito provavelmente como consequência do excesso de competição entre os seus diversos componentes. A maioria das pessoas mostra-se disposta a agir quase exclusivamente no sentido de se proteger. É como se todos estivessem monitorando o ambiente para identificar quem será o próximo a ter o seu “tapete puxado”. Em alguns momentos, as ações colocadas em prática sugerem que os interesses pessoais se sobrepõem aos interesses da corporação.
Esta pode não ser a regra em algumas empresas. De fato, há companhias que possuem um ambiente bastante diferente onde há colaboração efetiva, diálogos eficazes, confiança mútua, entusiasmo, comunicação assertiva e engajamento. É fácil afirmar que a responsabilidade de fomentar e manter um ambiente assim é apenas da liderança. Ok! Mas a pergunta é: o que pode ser feito de diferente na “Terra dos Mortais” (sem depender do Olimpo) para evitar situações como as descritas no início deste post?
É possível eliminar os conflitos?
Vimos que o mundo corporativo é competitivo por definição. E a competição se apresenta nos mais diversos níveis de interação. A competição pressupõe atrito. Portanto, é uma utopia imaginar que um ambiente de trabalho dever ser livre de conflitos. É preciso ter isto em mente. Se estamos indo para o trabalho e não estamos dispostos a viver situações de conflito, é melhor ficar em casa. Mais do que deixar de ser evitado, o conflito é essencialmente a base de sustentação da companhia. Ele é inerente ao trabalho que iremos executar. É como um motor. Para que ele funcione, há necessariamente uma série de atritos entre os seus diversos componentes. É por este motivo que precisamos sempre nos lembrar de lubrifica-lo para que ele funcione bem e tenha uma longa vida útil. O mesmo acontece com os conflitos dentro de uma organização dinâmica e viva, que precisa mudar e inovar com rapidez para sobreviver. Bom, se não é possível evita-los, o que fazer para lidar com estes conflitos?
Se estamos indo para o trabalho e não estamos dispostos a viver situações de conflito, é melhor ficarmos em casa.
Precisamos saber diferenciar “conflito” de “discussão”.
Agora que já estamos (supostamente) convencidos de que os conflitos são inerentes ao trabalho, é preciso fazer um breve diagnóstico sobre o quanto eles são saudáveis dentro da organização. A palavra conflito traz uma conotação negativa. Em tese, não deveríamos necessariamente interpreta-lo desta forma. Já vimos a importância do atrito devidamente lubrificado no funcionamento do motor. Dentro das organizações, os conflitos precisam ser saudáveis! Um conflito saudável é aquele permeado pelo diálogo. Quem define se o conflito será saudável ou não são os seus protagonistas.
Quer saber se uma situação delicada pode se transformar em um conflito saudável? Tente responder as seguintes perguntas:
- Quando vamos enfrentar uma situação delicada onde o conflito é iminente, qual a nossa predisposição? Estamos abertos para escutar o outro ponto de vista?
- Até que ponto nós já entramos na conversa com a “guarda armada”?
- Quais interpretações ou julgamentos já temos em mente quando iniciamos a conversa?
- E nas situações tidas como não-delicadas, como é o nosso comportamento?
- Se a outra parte chega para a conversa com a predisposição de entrar em um embate, o que isto diz sobre nós? Até que ponto podemos estar contribuindo para este comportamento?
A questão é complexa e exige uma reflexão mais intensa. Em breve, pretendemos abordar com mais detalhes este assunto em um Webinar Gratuito! Cadastre seu email para receber o convite!
Como vimos, conflitos existem e precisam ser gerenciados, assim como devemos lubrificar o motor para que os atritos produzam trabalho com máxima eficiência. A boa notícia é que podemos contribuir fortemente para esta lubrificação! Conflitos não-saudáveis são fortes candidatos a se transformar em discussões. Dale Carnegie dizia que a “única maneira de ganhar uma discussão é evitando-a”. Vamos nos lembrar disto da próxima vez em que estivermos prestes a entrar em uma conversa delicada ou difícil.
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