Eudaimonia
Eudaimonia é um termo de origem grega, que pode ser traduzido como florescer humano, felicidade genuína, plenitude ou realização. Trata-se de um tipo de bem-estar que brota do nosso interior, surgindo a partir do que oferecemos ao mundo e não do que recebemos dele. Este florescer humano é um processo e não um estado, portanto, sua manifestação se dá por meio de um movimento contínuo de cultivo.
Um bom jardineiro sabe que é o processo contínuo de cultivo do seu jardim que cria as condições necessárias para que as flores possam surgir com beleza e plenitude. A qualidade e a beleza das flores são proporcionais a tudo aquilo que o jardineiro entrega ao jardim. Da mesma forma, o florescer humano é o processo contínuo de cultivo de um bem-estar que floresce a partir das virtudes que demonstramos. O processo de cultivo de uma vida mais virtuosa é o que promove o bem-estar. É como se o jardineiro estivesse muito mais interessado no movimento de cultivar, cuidar, regar, estudar, plantar, proteger… Diria ele: “As flores? Vou admirá-las com muita alegria, sabendo que carregam uma beleza efêmera, singela e única. Minha felicidade não depende necessariamente delas, mas de algo muito mais sutil e poderoso: o contínuo processo de cultivo. Isto não significa que não me importo com elas! Muito pelo contrário! São elas que me inspiram a lapidar as virtudes necessárias que me fazem um bom jardineiro!”.
Uma vida dedicada ao cultivo da Eudaimonia é uma vida permeada pela aspiração em se tornar cada vez mais virtuosa. E são as virtudes que irão inspirar uma vida mais repleta deste tipo de bem-estar. Sim! Estamos falando de um ciclo virtuoso: as flores inspiram o jardineiro a aprimorar suas virtudes e suas virtudes aprimoradas tornam as flores ainda mais inspiradoras.
Allan Wallace, erudito das tradições contemplativas do oriente e um dos mais prolíficos autores e tradutores de Budismo Tibetano, traz uma definição para o florescer humano, comparando-o ao que ele denominou como “Fonte Verdadeira da Felicidade”. Imagine uma fonte onde:
- toda vez que você bebe dela, você se sente feliz;
- toda pessoa que bebe dela sente-se feliz;
- quanto mais uma pessoa bebe dela, mais feliz ela fica.
Na vida, somos apresentados a inúmeros candidatos a esta “Fonte Verdadeira de Felicidade”. E quando a substituímos por uma fonte incapaz de satisfazer às 3 condições acima, é como se estivéssemos bebendo água do mar para matar a sede. Quanto mais bebemos, mais sedentos ficamos. Mais ou menos como um pobre jardineiro que, obcecado pela beleza do jardim, observa sua linda flor e pensa: “Ela é linda, eu sei. Mas bem que podia ser maior, mais colorida, mais vistosa, mais isto, mais aquilo…”.
Isto nos remete do ao conceito de felicidade hedônica. Um tipo importante de felicidade que é obtido a partir do que se obtém do mundo. Uma felicidade que depende dos resultados. Sem sua presença, cultivar o Florescer Humano torna-se muito mais difícil. Tente convencer um jardineiro a seguir cultivando seu jardim, se nele nunca surgiu uma flor sequer. Sustento, segurança, amor, empatia, vida em comunidade, liberdade, lazer, etc. são fontes primordiais de felicidade hedônica. Uma vez presentes, é legítimo buscarmos outras coisas que sigam trazendo mais deste tipo de felicidade, na medida em que promovem estados emocionais positivos e mitigam a dor e o sofrimento. Mas esta busca tem um teto.
Tentar obter a felicidade genuína utilizando apenas as fontes de felicidade hedônica, é como tentar chegar a um destino utilizando um mapa incompleto ou desatualizado. Um mapa elaborado a partir do pensamento hedônico pode enganar. Em contrapartida, a especificação da vida eudaimônica pode não apenas ser valiosa como um guia para uma vida mais plena e significativa, como pode também produzir felicidade hedônica mais estável e duradoura.
Todo ser humano pode e merece ver o florescimento de suas virtudes! A Dialogas Desenvolvimento Humano veio ao mundo para impulsionar esta aspiração! Venha nos conhecer!
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